sábado, 15 de outubro de 2011

Marina Colasanti

  Lendo a nova publicação de Marina Colasanti – Minha guerra alheia – encontrei a seguinte definição poética para a cor das casas antigas no interior da Toscana:
Palazzo do século XIII,Veneza. No Vêneto o amarelo predomina nas fachadas mais antigas.


"Toda vez que vou à Toscana vejo a casa de Gina repetida nas tantas casas iguais daquela campagna. Grandes, bem grandes, dois andares, escadas externas. E a cor. Se eu tivesse que fazê-la na palheta, sei bem que tintas misturaria. Mas misturar palavras para alcançar uma cor é bem mais complicado. Eu poderia dizer cor de telha, porém as telhas são pobres em comparação, e o tempo as escurece com mofo e musgos. Se disser cor de carne, o sangue escorre manchando a imagem. Dizer vermelho de veneza ou terra de siena seria pedante. Então digo romã madura, cor muitas vezes lavada, desbotada pelo tempo que coça as costas contra as paredes."
COLASANTI, Marina. Minha guerra alheia. Rio de Janeiro: Record, 2010. p. 64.

Bramasole, Toscana.

  E essa belíssima definição lembrou-me de Bramasole e de Cortona. Relembrei também das opções da autora Frances Mayes por uma nova vida na Toscana. Relembrei minhas andanças pela Itália à caça de aventuras e conhecimento entre ciprestes, afrescos de Ghirlandaio e histórias. Muitas e belas histórias.
   A vida pode ser um costurar de belas lembranças, maravilhosas leituras, aprendizados e experiências prazerosas. A vida pode ser esse maravilhoso ato de unir coisas belas.


Um comentário: