Paris vestida de outono.

   Mais uma vez o assunto é Paris. Algumas pessoas me perguntam porque visito tanto essa cidade. Eu sempre respondo que ela exerce um grande fascínio sobre mim. E acredito sobre mais milhares ou milhões de pessoas. Para mim, Paris é encantadora pelas reformas do Barão de Haussmann, pela sua história, pelas suas ruas estreitas, pelos "boullevards" e o mobiliário de rua, pelas fontes Wallace, pela Torres Morris, pelos maravilhosos museus, pelo Quartier Latin, pelos cafés, pela Sheakespeare and Co. e ainda por todos os escritores, poetas e artistas que escolheram viver nela.

  Sempre viajo em julho e janeiro porque é assim que meu trabalho pemite.Visitei Paris inúmeras vezes. Entretanto, desta vez foi a primeira em que a visitei no outono. Meus objetivos práticos: uma entrevista na Sorbonne e a Exposição Monet no Grand Palais. Meus objetivos idílicos: flanar pela cidade e ter dias sem preocupações.

   Assim, parti no dia 28 de outubro rumo a uma Paris diferente daquela em que estive em julho. E essa pausa nos compromissos e na pressão que o ano de 2010 está causando em minha vida não poderia ter ocorrido em melhor época. No caminho do aeroporto para o hotel já fui observando as árvores "decoradas" com tons que iam do marrom ao amarelo, passando pelo vermelho.

  Minha grande dúvida era se as flores estariam presentes, pois em julho é possível observar em cada sacada, em cada praça, nos postes de iluminação, flores e mais flores. É claro que eu sabia de antemão que elas não seriam tão abundantes, mas desejava ver uma Paris colorida. E eu a encontrei colorida com os tons do outono.

   O outono traz uma atmosfera nostálgica e que convida à introspecção e ao recolhimento. E foi com esse espírito que vaguei pelas ruas, apreciei as paisagens, me demorei no Jardin de Luxemburgo e caminhei à beira do rio Sena, procurando guardar na memória e no coração toda aquela beleza.

  A Exposição Monet no Grand Palais é uma ocasião única na vida de uma pessoa. O acervo é de tirar o fôlego e nos faz até mesmo ter vertigens. Foi realmente um dia de contemplação.

  Com certeza a Paris vestida para o outono foi meu presente de aniversário. E como prova concreta de que a testemunhei e a vivenciei, trouxe na bagagem folhas e sementes de todos os parques e jardins pelos quais passei.