domingo, 13 de outubro de 2013

Lembranças de um outro 12 de outubro

    Há exatamente um ano, no dia 12 de outubro de 2012, eu vivi mais um dia memorável e especial em Giverny. 
    Eu estava em Paris há vários dias e a chuva e o cinza estavam me entristecendo. (Eu discordo de Woody Allen que Paris seja bonita em dias chuvosos. O cinza toma conta da paisagem e do espírito de todos. Bem, até mesmo o Paraíso não é perfeito.)
    Ao consultar a previsão do tempo e verificar da possibilidade de "sol entre nuvens" no lar de Monsieur Monet, tomei o trem em direção a Vernon. Já pelo caminho as nuvens e a chuva fina deram lugar ao céu azul e ao sol. Era tudo pelo que eu ansiava. O ar estava gelado com sabor de inverno, porém o sol inundava tudo de vida.
   Apesar de eu ter estado inúmeras vezes em Giverny, esse dia foi especial porque a pequena igreja românica finalmente estava restaurada e aberta à visitação. Uma igrejinha modesta e encantadora. Em seu interior violinos, música clássica e o sol, atravessando os vitrais, coloria tudo. O vento soprava no campanário. Não sei por quanto tempo eu permaneci ali apreciando todos esses elementos e fazendo um grande balanço de toda a minha vida. Também pensei muito nas pessoas queridas e amigas. Apesar de adorar viajar sozinha, eu gostaria que algumas delas estivessem ali comigo  para aproveitar um momento tão especial.

Interior da Igreja de Giverny


    Além da beleza bucólica da vila acredito que a paz e tranquilidade sejam os elementos que exercem sobre os visitantes tamanho encantamento. Fugir, mesmo que seja por algumas horas, dos prazos sempre apertados, das cobranças, dos deveres e deveres, da maldita competição que assola os ambientes profissionais, recarrega nossa crença de que a vida pode ter espaço para a contemplação, para a beleza e para a reflexão.

Quem resiste a esse convite?
Entrada de um pequeno restaurante. Quem resiste ao convite?
     Esse post é dedicado ao meu querido e especial Thalis, o meu filhotinho que, com sua mensagem carinhosa, foi o responsável por eu ter saído da minha concha, largar de minhas leituras de historiografia e lembrar de um dia especial, no qual ele esteve presente em meu pensamento.

Quem não se encanta com o passeio das senhoras patas?




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