domingo, 24 de junho de 2012

A passagem do tempo 
  Adoro biografias e por isso costumo entremear os livros de historiografia, de filosofia e de arte com a leitura de histórias de vidas interessantes. Adoro mais ainda quando essas histórias são recheadas com cenários de vilas italianas ou cidades francesas.
   E tenho tido momentos de grande alegria e repouso na rotina pesada de edição de textos complicados com os livros de Frances Mayes e de Marlena di Blasi. As duas autoras, estadunidenses, decidiram pela formação de lares na Itália e fizeram mudanças radicais em suas vidas. Ambas são apreciadoras de história e de arte, de artesanato, de culinária e jardinagem. Com exceção da culinária, todos os demais interesses das autoras também são meus, fato que torna o tempo aproveitado com as leituras ainda mais precioso.
 Na obra A doce vida na Úmbria, Marlena di Blasi, trata da passagem do tempo como algo inevitável mas que nos desacomoda e nos obriga a sempre estarmos abertos às novidades, apesar de o tempo sempre nos causar estranhamentos.
[...] Em algum tempo por volta de 40 a.C. Horácio escreveu com tristeza sobre o gosto azedo dos alhos-porós silvestres - no passado tão doces com bulbos de jacintos - que cresciam nas encostas de sua aldeia na Lucania. E ele desaprovava o jeito que estavam cuidando do túmulo de Marcellus e até a estranha inclinação dos ornamentos de cabeça adotados pelas mulheres mais jovens do vilarejo. E só tinha passado um ano fora.
DI BLASI, Marlena. A doce vida na Úmbria. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. p. 249.

  O  tempo causa estranhamento, mas é também um grande aliado quando pesamos que nada é para sempre e, assim, é bom aproveitar o hoje e o agora, pois é a única fração de tempo da qual dispomos.




Um comentário:

  1. Bem, qual a vantagem de escrevermos um blog? Os amigos podem ouvir nossa voz mesmo se estiverem bem longe, e mesmo se estivermos em silêncio. Beijo, Amiga.

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