Silêncio e recolhimento.
Há um bom tempo não escrevo nada em meu blog. O principal motivo para tal silêncio é o grande número de decisões que estou tomando em minha profissional e, consequentemente, em minha vida pessoal. O ano de 2010 está sendo um período de mudanças e tomadas de decisões que, por fim, acarretarão em mais mudanças. Dias difíceis me fazem viver fases de recolhimento, períodos em que muitas vezes um simples telefonema para dizer alô a alguém me é penoso. Muitas pessoas não compreendem, mas é assim que funciono e depois de tanto tempo convivendo com essa minha característica, resolvi respeitar minha natureza e fazer o que meu corpo e espírito exigem.
Entretanto, chegou um feriado prolongado e estou com um pouco mais tempo para atividades que não estejam ligadas às obrigações profissionais. Escrevendo desta forma posso passar a ideia de que não gosto do que faço. Como já deixei registrado na apresentação do blog: "Amo muito tudo que faço mas, com certeza, faço muito de tudo que amo!" Nos últimos dias anseio por recolhimento, leituras prazerosas sem interrupções, tarde ensolaradas em minha sala de leitura repleta de belas flores e na companhia afetuosa de minhas Meg e Amy.
Como a paz de espírito está de volta, resolvi escrever sobre mais uma das aventuras que vivi em janeiro desse ano. Numa Toscana chuvosa e com muitas cidades inundadas, sem nenhum dia de sol, vivi dias muitos felizes e únicos. (Comprovei mais uma vez que dias ensolarados, noites com estrelas e uma bela lua, além de temperaturas agradáveis contribuem para que uma viagem possa ser inesquecível mas, mesmo na ausência de tais condições, é possível ser muito feliz.)
Após assistir muitas vezes ao filme Chá com Mussolini (Tea with Mussolini), além de ter estudado muito sobre Ghirlandaio e suas obras, um dos meus planos na Toscana era visitar San Gemignano - a cidade das torres. E a experiência não poderia ter sido mais enternecedora.
Partindo de Florença, chegar em San Gemignano é muito fácil. Basta tomar o trem que vai para Siena e que parte a cada hora da Estação de Santa Maria Novela. A descida é na Estação de Poggibonsi. Na frente da estação há uma parada do ônibus que leva até San Gemignano que fica no alto da montanha. O ônibus é confortável e o percurso não é longo. (O bilhete para o ônibus pode ser adquido na banca de revistas que há na estação de trem.)
San Gemignano é cercada por muralhas e repleta de ruas estreitas. As construções, em sua grande maioria, são medievais. A beleza e singularidade da cidade foram reaçadas pela névoa que tomava conta de tudo no dia de minha visita. Como era janeiro o número de visitantes eram pequeno e assim parecia que a cidade era só minha.
Percorri as ruas com muita calma, admirando cada beco, cada casa e cada janela com belas cortinas e flores.
A duomo apresenta já na entrada uma obra de Ghirlandaio, Anunciação. O interior da igreja é de tirar o fôlego, pois os afrescos cobrem todas as paredes laterais e a nave. Passei muito tempo no interior da igreja admirando as pinturas e a arquitetura. Confesso que fiquei emocionada ao entrar na pequena capela onde está Santa Fina dormindo. Em Chá com Mussolini é esse o afresco que as senhoras inglesas protegem com sacos de areia durante a ocupação alemã. E mesmo sabendo que é uma história contada em um filme, fico feliz com o belo trabalho que tais ladys fizeram, pois Santa Fina continua em seu sono tranquilo.
Durante as duas horas que passei no interior da igreja, além de admirar tudo, ainda fiquei tentado driblar a vigilância da senhora que cuidava do monumento e tirar algumas fotos. Para mim é quase impossível resistir a fazer fotos que depois servirão como lembranças de dias maravilhosos. É obvio que a utilização de flash é reprovável, mas não entendo porque numa cidade tão pequena, em uma igreja tão bem protegida e guardada, uma historiadora, apaixonada por arte, conhecedora do valor das obras de Ghirlandaio e fã do filme Chá com Mussolini não pode utilizar sua máquina em nome do bem.
A imagem ao lado mostra o interior da Duomo e sinceramente, não faz jus ao que de fato representa essa igreja em beleza e singularidade.
Sair da Duomo foi difícil, pois a vontade era permanecer infinitamente naquele ambiente de paz e beleza. Mas as torres eram um convite igualmente sedutor. A Torre Grossa é a única que ainda está aberta para visitação. É possível subir até o alto e apreciar a bela vista de San Gemignano e da Toscana. Observar ainda as paredes da torre em seu interior é também mais uma lição de História.
As escadas que levam até o alto da Torre Grossa não são muito íngremes e a subida é muito mais fácil que subir até a cúpula da Duomo ou o alto do Campanile de Firenze. Também não se compara ao esforço necessário para subir até o alto da cúpula da Basílica de São Pedro. Assim , quando em San Gemignano, coragem e veja a cidade do alto.
Eu permaneci por quase uma hora no alto da torre admirando a paisagem de todos os ângulos possíveis. Lá no alto, mais perto de Deus, aproveitei para pensar na vida, nas minhas escolhas até ali e nas decisões que teria que tomar em 2010.
Sobrou tempo ainda para passear pelas ruas da cidade, almoçar em um acolhedor restaurante, visitar museus e ainda passar pelas lojas que vedem as cerâmicas típicas da região. Tudo isso em um só dia. Portanto, um dia especial!
Durante as duas horas que passei no interior da igreja, além de admirar tudo, ainda fiquei tentado driblar a vigilância da senhora que cuidava do monumento e tirar algumas fotos. Para mim é quase impossível resistir a fazer fotos que depois servirão como lembranças de dias maravilhosos. É obvio que a utilização de flash é reprovável, mas não entendo porque numa cidade tão pequena, em uma igreja tão bem protegida e guardada, uma historiadora, apaixonada por arte, conhecedora do valor das obras de Ghirlandaio e fã do filme Chá com Mussolini não pode utilizar sua máquina em nome do bem.
A imagem ao lado mostra o interior da Duomo e sinceramente, não faz jus ao que de fato representa essa igreja em beleza e singularidade.
Sair da Duomo foi difícil, pois a vontade era permanecer infinitamente naquele ambiente de paz e beleza. Mas as torres eram um convite igualmente sedutor. A Torre Grossa é a única que ainda está aberta para visitação. É possível subir até o alto e apreciar a bela vista de San Gemignano e da Toscana. Observar ainda as paredes da torre em seu interior é também mais uma lição de História.
As escadas que levam até o alto da Torre Grossa não são muito íngremes e a subida é muito mais fácil que subir até a cúpula da Duomo ou o alto do Campanile de Firenze. Também não se compara ao esforço necessário para subir até o alto da cúpula da Basílica de São Pedro. Assim , quando em San Gemignano, coragem e veja a cidade do alto.
Eu permaneci por quase uma hora no alto da torre admirando a paisagem de todos os ângulos possíveis. Lá no alto, mais perto de Deus, aproveitei para pensar na vida, nas minhas escolhas até ali e nas decisões que teria que tomar em 2010.
San Gemignano possui um ótimo atendimento aos turistas com pessoal qualificado, banheiros públicos limpos e perfumados pelo custo de 0,50 de Euro, mapas práticos e com todas as informações necessárias e um povo muito simpático e hospitaleiro.
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